Em 1987, só as redes rodoviárias representavam 72 mil quilómetros, dos quais 7.700 de eixos rodoviários principais e o resto estradas secundárias e terciárias.
À altura da independência de Angola, os três principais corredores da rede de comunicação rodoviária ligavam o Oeste ao Leste e o litoral ao interior do país: Luanda – Malange – Saurimo, ao Norte, Lobito – Luau ao Centro, e Namibe – Menongue ao Sul do país. Havia ainda uma rede densa de estradas asfaltadas e terraplanadas ligadas entre si e que tinham ligações com os eixos principais referidos.
A principal rede é a de Benguela que faz a ligação entre o Porto do Lobito e a fronteira do Zaire, onde liga com a rede zairense e esta com a Zâmbia. Em 1987, as redes rodoviárias representavam 72 mil quilómetros, dos quais 7.700 de eixos rodoviários principais, e o resto, estradas secundárias e terciárias. Com o reacender da guerra, em 1992, deu-se a destruição de pontes e um acréscimo das dificuldades de manutenção falta de manutenção. Mais afectados ficaram as estradas secundárias e terciárias e os caminhos rurais.
Ao longo dos 20 anos de guerra, a minagem, a destruição directa e a ausência de manutenção durante esse período afectaram seriamente as vias de comunicação secundárias, essenciais às deslocações e à vida económica. As vias de comunicação são uma das condições para a livre circulação de pessoas e bens, ao restabelecimento de intercâmbios humanos, comerciais à retomada da vida agrícola, ao alargamento da actividade económica, à construção de novas escolas e centros de saúde, assim como ao retorno e fixação das populações.
Assim, a primeira opção do PRCRN é favorecer a reabilitação das rodovias e pontes consideradas como vias de acesso secundárias e terciárias, ou seja as estradas e pontes que ligam entre si as municipalidades e comunas. O programa preconiza ainda a instauração de brigadas encarregues da reabilitação de estradas.
Entre as linhas ferroviárias, o destaque vai para o Caminho de Ferro de Benguela que atravessa o território angolano numa extensão de 1.037 quilómetros, entre o Lobito e o Luau, e compreende ainda alguns ramais. A recuperação desta linha é vital não só para a economia angolana, mas principalmente para os vizinhos que dela se servem, a Zâmbia e Zaire.
O Caminho de Ferro de Luanda explora 541 quilómetros de via férrea, os quais compreendem uma linha principal Luanda-Malange (434 Quilómetros) e três ramais (Dondo, Gulungo Alto e Cacuaco). Há ainda o Caminho de Ferro do Namibe, que vai da cidade com o mesmo até ao Menongue, num total de cerca de 900 quilómetros.
Luanda, Lobito e Namibe constituem os três principais portos do país. Outros portos secundários, estão nomeadamente em Malange, Cabinda, Soyo e Porto Amboim. O porto de Luanda movimenta mais de 70% das mercadorias importadas, enquanto que o do Lobito dispõe de um cais acostável de 1120 metros e de um parque obsoleto, revelando uma marcante falta de operacionalidade, enquanto que o do Namibe tem um cais acostável de 875 metros.